É muito comum integrações serem feitas exclusivamente por desenvolvedores, sem uma equipe. Nada contra, até porque é necessário ter desenvolvedores envolvidos nisso, mesmo em soluções low-code como o iPaaS. Mas, quando as integrações precisam escalar e ficam complexas demais, você precisa pensar em estruturar uma equipe de integração e trazer outros membros.
Para isso, é fundamental compreender as funções mínimas necessárias em um time de integração e entender como elas se articulam para efetuar entregas bem-sucedidas.
Quais são essas funções? É o que você encontra neste artigo. Vamos entender a estrutura básica de uma equipe de integração e como escalá-la, se necessário.
Mas, claro, como cada empresa tem suas particularidades, esse será um guia geral, aplicável à maioria dos cenários, mas adaptável a cada realidade. Acompanhe!
Integração não é apenas uma questão técnica
But first um esclarecimento. Falamos que é muito comum ter apenas desenvolvedores envolvidos com as integrações. Agora vamos explicar por que, embora necessários, é preciso ter perfis complementares.
Há um aspecto técnico inegável em toda integração. É preciso conhecer diferentes tipos de APIs, incluindo legadas e menos comuns; estruturas de dados como JSON e XML; linguagem para transformação de dados e por aí vai. E certamente ao menos um desenvolvedor será necessário.
Mas esse aspecto, de todo real, leva muitos líderes a ver integração como uma questão estritamente técnica e, consequentemente, exclusiva para desenvolvedores. Essa abordagem não é a melhor.
Integração não é apenas uma questão técnica, nem um fim em si mesmo. É uma necessidade de negócio. Envolve a compreensão de processos e dos fluxos de dados ao longo de sua cadeia. Envolve uma visão de futuro, vinculada ao objetivo que a organização tem em termos de transformação digital e estrutura de seu ecossistema tecnológico.
Nesse sentido, nem todos os desenvolvedores estão preparados para ser desenvolvedores de integrações. Eles só estarão se tiverem as ferramentas para aprender essa habilidade.
Isso nos leva às principais funções que uma equipe de integração precisa ter.
Quais as principais funções em uma equipe de integração
Há três funções básicas em uma equipe de integração. E, quando falamos em funções, não pensamos necessariamente em um profissional específico para aquela atividade ou em um cargo, e sim em atividades complementares.
O mesmo profissional pode desempenhar mais de uma função? Pode, a depender dos recursos e de suas necessidades. Mas, em algum momento, é desejável – pelas próprias características das atividades – que elas se separem em cargos e, consequentemente, em profissionais dedicados.
O mais importante aqui é que essas funções existam no projeto. Não dá para abrir mão, por exemplo, da função de análise de integração por não ter quem faça ou por falta de tempo. Esse trabalho determina o sucesso de uma integração. Da mesma maneira em relação aos outros.
São elas:
Líder de integração
O líder de integração é uma espécie de project manager. Ele coordena e facilita o projeto de integração. É quem permite que o desenvolvedor fique focado exclusivamente no desenvolvimento e que o analista de integração fique focado em traduzir os requisitos de negócio em linguagem de tecnologia.
Ele não exerce uma liderança sobre os profissionais, e sim sobre o projeto. Isso significa que ele não gerencia pessoas, seu desenvolvimento profissional e pessoal, e sim resolve questões e distrações que possam travar o desenrolar a integração.
Para isso, ele está à frente de aspectos formais do projeto, como estimativas e prazos, está em contato com stakeholders e fornecedores, além de fazer as entregas.
Analista de integração
O analista de integração é o elo entre os stakeholders e o desenvolvedor. E essa posição é fundamental.
O motivo é que uma integração permite que um sistema compartilhe dados com outro, a fim de facilitar, acelerar, baratear um processo. Ou seja, é uma questão de negócio, em última instância. Para o cliente, é esse resultado que importa, não a integração em si.
Normalmente, esse stakeholder não falará em linguagem de integração. Aliás, ele talvez não seja tão claro em comunicar essa necessidade, sobretudo se não for familiarizado com integrações.
É a tradução do que o cliente fala em uma linguagem de integração, de modo que o desenvolvedor compreenda, que o analista de integração fará. Assim como o desenho do fluxo de acordo com as melhores práticas e todo o apoio aos desenvolvedores.
Esse perfil, por consequência, precisa ter um background de negócio, seja como analista de negócios ou de processos. Ele tem soft skills pronunciadas, como compreensão, empatia e comunicação.
Mas ele também transita bem pela área técnica, falando com desenvolvedores na linguagem deles.
Desenvolvedor de integração
É quem atua hands on na construção e escrita de APIs, transformações de dados e fluxos de integração. É um perfil essencialmente técnico. Ele sabe como viabilizar o que o analista de integrações desenhou.
Para isso, acumula um grande conhecimento sobre linguagem de programação, universo das APIs, modos pelos quais os dados se movem e como usar a tecnologia de integração escolhida no projeto.
Por isso, é muito comum que esse perfil tenha experiência com engenharia de software e programação, e tenha migrado para essa posição.
Como escalar uma equipe de integração
Vimos as funções básicas de uma equipe de integração. Mas, quando você tem um grande backlog, apenas três profissionais podem demorar para finalizar o trabalho.
A posição mais estável em termos de número de profissionais é a de líder. Não faz sentido ter muitos caciques. Quanto à de analista e desenvolvedores, na média é um para um. Ou seja, soma um desenvolvedor, soma um analista.
No entanto, pondere o que mais toma tempo. Se a parte da análise estiver mais pesada, pode haver mais analistas e não necessariamente desenvolvedores. É fundamental manter a equipe pequena, com 6 a 8 membros, para que o líder consiga manter as rédeas do projeto.
Outra estratégia, que adotamos aqui na APIPASS, é dar mais especificidade ainda às atividades. Você pode ter um QA ou um analista de soluções envolvidos part time nos projetos, mantendo o líder, analista e desenvolvedor de integração dedicados integralmente.
Em caso de mais demandas, novos analistas e desenvolvedores entram no time, respeitando o limite de número de membros. Quando chegar ao limite, uma nova equipe, com um novo líder, pode ser formada.
Na escala horizontal de equipes, é possível adotar equipes especializadas, como em integração do ecossistema tal, ou integração só de dispositivos IoT, ou só integrações complexas. O padrão de demandas de integração da sua empresa vai definir qual será a melhor abordagem
Nesse caso, talvez seja necessário escalar verticalmente, criando uma liderança a quem os líderes das equipes de integração respondam.
Equipe de integração: o fator de sucesso dos seus projetos
Ter boas ferramentas de integração, como um iPaaS, é fundamental para assegurar a qualidade e a facilidade do processo de integração. Mas ter as funções básicas para integrar é mais ainda. Elas são o fator determinantes do sucesso de projetos.
Como vimos, não é só desenvolvimento, não. Integração é questão técnica e de negócio, o que a torna essencialmente multidisciplinar. Considere esses dois aspectos, mesmo não tendo os profissionais dedicados a cada função, e veja isso se refletir nas suas integrações.