Foi-se o tempo em que a tarefa de integrações era exclusivamente da TI. E o iPaaS tem tudo a ver com esse movimento. As soluções utilizam recursos low-code como conectores prontos e montagem de fluxos com point-and-click e drag-and-drop. Elas são pensadas para acelerar a criação de fluxos e principalmente democratizá-la para outras personas de integração. Daí surge o perfil do citizen integrator. Ou seja, qualquer profissional um que queira integrar aplicações e dados rapidamente, mesmo que não seja técnico, também consegue usar a plataforma.
Essa tendência, aliás, ultrapassa o universo das integrações. Com soluções como as plataformas low-code, ganham a cena perfis como o citizen developer, o usuário da área de negócio que desenvolve aplicações. De acordo com o Gartner, o futuro das aplicações deve incluir esse perfil de desenvolvedores, que estarão à frente do desenvolvimento de 25% das aplicações de uma empresa.
No entanto, já falamos por aqui que o iPaaS APIPASS é um software enterprise. Isso significa que ele é uma solução extremamente customizável, ideal para desenvolvedores de integração. Por isso, está no centro de um framework HIP com potencial para atender boa parte, para não dizer todas, as necessidades de integração das organizações. Diferentemente dos iPaaS domain-specific, que tendem a ser soluções mais simples, aproveitadas para pequenas automatizações setoriais, feitas normalmente por citizen integrators.
Então, fica a pergunta: se citizen integrators são usuários potenciais de um iPaaS enterprise, tanto quanto desenvolvedores profissionais, qual o papel deles nos projetos de integração?
É o que responderemos neste artigo.
iPaaS enterprise na estratégia de integração
O iPaaS enterprise, dentro de uma estratégia de integração, é um de seus centros gravitacionais. Não será o único, porque pode conviver com legados. Ele pode ser um horizonte almejado pela organização, principalmente se ela estiver migrando de modelos tradicionais para modelos modernos de integração.
Nesse caso, o iPaaS estará nas mãos do ponto central de integração na empresa, uma equipe que vai planejar e executar a estratégia. Esse lugar fica na TI.
É em torno desse centro focal, portanto, que as áreas de negócio vão se articular, pensando integração para além de um setor, mas de maneira abrangente.
Consequentemente, boa parte do trabalho propriamente dito será de desenvolvedores de integração treinados na plataforma iPaaS usada na organização.
No entanto, uma estratégia de integração não se restringe a isso: ela é o centro do qual saem todas as funcionalidades que asseguram a integração das múltiplas iniciativas de uma organização. Nesse sentido, ela prepara a organização para se servir dos recursos independentemente.
Isso nos leva aos motivos pelos quais formar também citizen integrators.
Por que as empresas devem empoderar citizen integrators
As áreas de negócio são a linha de frente da empresa e, consequentemente, quem responde primeiro a um ambiente de negócio que muda constantemente. São elas que têm que se adaptar rapidamente às mudanças e chegar a soluções para lidar com os desafios e tornar a empresa melhor. Isso pode significar a mudança das regras de negócio, a mudança de uma aplicação, a criação de novas iniciativas etc.
Essas soluções não podem esperar na fila do backlog da equipe de TI, que está servindo a toda a organização, para acontecerem. As áreas de negócio precisam ser empoderadas para agir, para serem ágeis, sem a necessidade de aguardar a TI.
É nesse ponto que a organização sente a necessidade de formar citizen integrators. Esses perfis, além de resolverem mudanças nos fluxos criados, vão estabelecer o diálogo com o centro de integração na TI.
Características do citizen integrator
O perfil de citizen integrators vem crescendo nas organizações, junto com a necessidade de uma integração self-service dentro das áreas de negócio. Dentre as principais características, eles reúnem:
- Entendimento profundo do negócio
- Compreensão das necessidades reais dos clientes
- Conhecimento sobre desenho de processos
- Conhecimento sobre os dados e automações que precisa
- Amplo uso de aplicações, conhecendo bem o universo SaaS
- Inclinação à área técnica, buscando aprender a usar novas tecnologias para endereçar questões das áreas de negócio
Mas o que eles podem fazer de fato dentro dos projetos de integração?
Qual o lugar do citizen integrator em projetos de integração?
A maioria dos citizen integrators vai estar focada em problemas departamentais que podem ser resolvidos com integração. Boa parte desses fluxos são simples e não precisam ser desenvolvidos pela TI. Em alguns casos, iPaaS domain-specific, ainda mais simples, podem ser usados.
Mesmo assim, para evitar a criação de silos de dados, eles deverão receber o apoio e seguir recomendações da TI ou do próprio provedor iPaaS utilizado.
Citizen integrators, no entanto, serão a minoria nos projetos de integração em maior escala. Isso porque nem todo projeto poderá ser realizado de uma maneira sustentável apenas via point-and-click e drag-and-drop.
Há casos em que as integrações ficam complexas e, consequentemente, requerem conhecimento avançado em TI e software. Isso tem a ver com a própria complexidade das demandas de integração das organizações, que vêm aumento devido a transformação digital, inovações e crescimento.
Resumindo: citizen integrators atuarão no escopo setorial, normalmente. Eles também poderão ajudar líderes a avaliar a viabilidade de ideias em automação e integração. Também contribuirão com a ponte entre áreas de negócio de TI.
Citizen integrator: contribuindo para melhores processes
Integração é uma das ferramentas mais importantes que uma organização pode ter para tornar seus processos melhores e mais eficientes. Quando você encontra algo que pode automatizar, o impacto pode ser surpreendente em economia de tempo, energia e dinheiro.
Seja por meio de citizen integrators ou da TI, uma organização não faz mais integrações porque elas são fáceis de fazer. Ela faz integrações quando encontra um motivo para uma informação ir de um lugar para outro.
Isso não é uma questão de facilidade, mas de demanda. E por trás desse processo existe descoberta, experimentação e colaboração. Existe, em suma, a identificação de algo que precisa ser integrado ou automatizado. E isso não acontece rapidamente, numa base diária.
Portanto, se sua equipe de TI sozinha não consegue alavancar o uso de um iPaaS, suas equipes de negócio também não conseguem sozinhas.
Mas, se você souber colocar as duas para colaborar, isto é, treinando as equipes de negócio para identificar essas oportunidades de integração, e as áreas técnicas para resolver o problema da melhor maneira possível, é bem possível que poderá redesenhar processos.