ERP é um sistema central. Ao ser adquirido, é um marco que representa a expansão de uma organização. Ao ser personalizado, um marco da evolução dos seus processos. Ao ser migrado, um marco da sua modernização. Mas agora ele não está mais sozinho. O conceito de solução centralizadora, que marcou época, foi substituído pelo de sistema ao lado de muitos outros sistemas. Disso, surge a necessidade – e o desafio – da integração de sistemas com o ERP.
Necessidade que pode ser justificada de várias maneiras. Primeiro, a integração vai garantir a fluidez dos processos, consistência nas informações e escalabilidade operacional sem a necessidade de intervenção manual. Conectado a um e-commerce ou a um BI, por exemplo, já são consideradas a regra.
E, depois, porque ela vai garantir a sobrevida de um ERP legado, altamente customizado e, por consequência, difícil de ser migrado.
Mesmo assim, a integração de sistemas com o ERP – sobretudo legado – pode ser desafiadora em muitos aspectos, envolvendo idade do sistema, sua arquitetura e endpoints. Integrar, nesse caso, está diretamente ligado à complexidade técnica, dada a falta de padronização e a rigidez dos ERPs legados.
Neste artigo, vamos discutir como superar esses obstáculos com boas práticas e tecnologia adequada.
O que é integração com ERP e por que ela é importante?
Integração de sistemas com o ERP é estabelecer canais de comunicação automatizados entre o ERP e outros sistemas da organização, com o objetivo de permitir o intercâmbio consistente de dados e a orquestração de processos entre plataformas heterogêneas, respeitando modelos de dados, regras de negócio e restrições técnicas de cada sistema envolvido.
A integração vai garantir que o ERP funcione como um núcleo unificado, conectado ao ecossistema digital da empresa, evitando silos de informação, redundâncias e retrabalho.
Quais são os tipos de integração ERP mais comuns? (casos de uso comuns)
- ERP – ERP: sincronização de cadastros, integração financeira, consolidação contábil, sincronização de estoques, integração de ordens de produção etc.
- ERP – CRM: sincronização de dados do cliente, comunicação de preços, condições de pagamento, criação de pedidos etc.
- ERP – RH: folha de pagamento, dados cadastrais de funcionários, atualização de salários e benefícios, controle de ponto integrado para cálculos etc.
- ERP – Varejo/E-commerce: cadastro de produtos, sincronização de estoques, importação de pedidos
- ERP – Financeiro: faturamento, conciliação de pagamentos etc.
- ERP – BI: extração de dados financeiros e contábeis, análise de vendas e desempenho de produtos, análise de inventário, análise de rentabilidade por cliente, projeção de fluxo de caixa etc.
- ERP – Logística (WMS, TMS etc.): sincronização de inventário, gestão de pedidos, planejamento de demanda, roteirização de entregas, devolução etc.
Principais desafios da integração com ERPs no dia a dia das empresas
Na nossa introdução, falamos que a integração de sistemas com ERP era um desafio acima de tudo técnico. Não é uma integração simples, pois envolve: integração de dados e de processos, tratamento de consistência, abstração e desacoplamento…
Então, vamos trazer com detalhes que tipo de desafio técnico está em questão.
- Diferentes tecnologias: ERPs podem usar arquiteturas, linguagens e protocolos distintos dos demais. Enquanto o ERP pode usar SOAP sobre XML, outro sistema pode operar com REST sobre JSON, por exemplo.Então, na integração será necessária a conversão de formatos e protocolos, o que aumenta a complexidade da orquestração de serviços e da lógica de transformação de dados.
- Sincronização de dados: é comum que dados como nomes de clientes, pedidos ou produtos estejam replicados em múltiplos sistemas, exigindo a sincronização precisa e, preferencialmente, em tempo real.
- Escalabilidade e performance: se os sistemas integrados ao ERP exigirem alta taxa de requisições de informação, um ERP não projetado para essa escala pode ser um gargalo, exigindo soluções específicas para lidar com isso.
- Falta de documentação: o ERP pode ser antigo e ter documentação escassa ou inexistente, dificultando a integração com soluções modernas. Nesse caso, uma integração pode ser inviável ou exigir uma solução técnica específica.
- Modelagem de dados incompatível: cada sistema é pensado de maneira isolada, tendo sua própria estrutura de dados e semântica. Nem sempre um termo significa a mesma coisa em diferentes sistemas, dificultando a consolidação de informações para geração de relatórios unificados ou dashboards.
- Versões e atualizações: tanto o ERP quanto os sistemas externos podem sofrer atualizações, o que pode quebrar integrações existentes.
- Falta de padronização de integração: muito comum em sistemas integrados ad hoc, sem uma estratégia de integração e, portanto, sem um padrão ou arquitetura definidos. Isso leva a uma alta complexidade, dificuldade de manutenção e risco de mudanças futuras.
Tipos de integrações com ERP: point-to-point, ESB, EDA e iPaaS
Como toda integração, a integração de sistemas com o ERP pode se valer de diferentes soluções tecnicamente.
Vamos às mais comuns:
1. Point-to-point (P2P) ou ponto a ponto
Conexão direta de um sistema ao ERP via API, banco de dados, arquivos ou serviços expostos.
Esse modelo de integração é muito comum, porém já não pode ser mais considerado o estado da arte em integração, sobretudo quando se tem muitas integrações.
Em cenários mais complexos, o alto acoplamento entre os sistemas e a dificuldade de manutenção e escalabilidade podem levar a gargalos.
É o típico modelo usado para empresas que não fazem ainda muitas integrações.
2. ESB – Enterprise Service Bus
O ESB é um middleware que centraliza o gerenciamento das comunicações entre sistemas. Ele tem funcionalidades para atender a diferentes protocolos, mas pode ser muito complexo em termos de uso.
3. Event-driven architecture (EDA)
Nesse caso, um evento é emitido por um sistema (entrada de um pedido no sistema de e-commerce, por exemplo) e, diante disso, outros sistemas reagem, consumindo a informação (geração de conta a receber no sistema financeiro, por exemplo).
Esse modelo tem a vantagem de ser altamente desacoplado, escalável e flexível. Porém, muitos ERPs legados não são desenhados para emitir eventos ou, então, têm estrutura rígida. Outra dificuldade pode estar relacionada ao desacoplamento, o que dificulta a rastreabilidade de um fluxo de ponta a ponta, exigindo soluções de observabilidade distribuída.
4. iPaaS (Integration Platform as a Service)
Plataforma low-code para integração, com conectores prontos, fluxos de integração visuais, stages de desenvolvimento e implantação com um clique, com total monitoramento de fluxos rodados e escalabilidade.
A grande vantagem do iPaaS é a redução do tempo de integração e a facilidade técnica de desenvolvimento, mas também de customização, governança, manutenção e recuperação de uma integração.
Quando buscar uma plataforma de integração (iPaaS)?
Usar um iPaaS (Integration Platform as a Service) para integrar sistemas ao ERP é recomendado quando você precisa de uma solução centralizada, escalável e com governança para lidar com múltiplas integrações, especialmente em ambientes complexos e com alta demanda por agilidade.
Vejamos com mais detalhes os casos:
- Multiplicidade de sistemas e integrações: se o seu ERP precisa se integrar com vários sistemas externos (CRM, BI, RH, e-commerce, logística, bancos etc.), criar integrações ponto a ponto eleva a complexidade.
- Ambiente híbrido (on-premise + cloud): se o seu ERP está on-premise, mas os sistemas com os quais ele interage estão em nuvem (p. ex: Salesforce, Power BI etc.), você tem no iPaaS mais flexibilidade para trabalhar com integrações em diferentes protocolos.
- Necessidade de integração com sistemas SaaS: no caso em que o ERP precisa se comunicar com aplicações SaaS modernas via API, que sofrem atualizações frequentes e, consequentemente, manutenção.
- Escalabilidade e governança: se o volume de dados trafegado está em crescimento e as integrações precisam ser escaladas, auditadas e rastreadas, o iPaaS vai permitir que você escale sem perda de observabilidade.
- Orquestração de processos entre múltiplos sistemas: para processos que passam por múltiplos sistemas, o iPaaS garante o controle central de ponta a ponta.
- Falta de equipe técnica dedicada a integrações: como o iPaaS tem uma curva relativamente curta de aprendizado, equipes de TI enxutas ou focadas no core business ganham agilidade para desenvolver e manter integrações.
Leia também: ESB e iPaaS: qual é a diferença?
Próximos passos para quem quer começar a integração com ERP usando iPaaS
Há diferentes iPaaS no mercado, com aplicabilidades mais ou menos complexas de acordo com o fornecedor.
Os iPaaS como o da APIPASS são soluções altamente flexíveis, mas robustas. E vão ser aproveitadas para casos complexos de integração, como as que envolvem seu ERP.
Nestas, além do número de integrações, você tem uma criticidade maior na integração, exigindo recursos mais sofisticados e customizados de um iPaaS.
Para dar os próximos para integrar seu ERP a outros sistemas usando um iPaaS, comece compreendendo as suas demandas de integração de acordo com o impacto de negócio e conhecendo bem os fornecedores de seu iPaaS.
Faça isso agora, vendo nossa demonstração interativa. Também venha falar conosco, para explicarmos como aproveitar todo o potencial de integração do iPaaS APIPASS no seu ambiente.