As APIs abriram as portas das equipes de desenvolvimento para dados e inúmeras funcionalidades, viabilizando conceitos como o de composability. Com isso, as APIs deixaram de ser simples interfaces coadjuvantes para se tornarem protagonistas nos novos modelos de negócio digitais, criando as chamadas arquiteturas baseadas em APIs.
Arquiteturas baseadas em APIs colocam as APIs no centro das comunicações entre aplicações e informações que precisam ser consumidas, a fim de consistentemente prover diferentes funções de negócio. As APIs ganham o status de produto e requerem o mesmo nível de design, atenção e evolução que outros produtos.
Ainda assim, implementar uma arquitetura baseada em APIs em contextos que não foram necessariamente construídos para fornecer acesso em tempo real – boa parte da realidade dentro das empresas – é um desafio. É o que acontece quando se migra para a cloud.
As organizações não estão acostumadas a tratar as APIs e as integrações como cidadãos de primeira categoria e pelo seu potencial de lucratividade. Pelo contrário. A integração ponto a ponto (P2P) ainda domina. Porém, essa estratégia de conectividade não é reutilizável, é difícil de modificar, difícil de monitorar e facilmente leva a complexidades etc.
Isso leva essas empresas a gastar mais do que o necessário para fazer sua transição para essa abordagem.
Por que então considerar as arquiteturas baseadas em APIs? Veremos o estado das APIs, a importância da arquitetura baseada em APIs para a cloud, quais os requisitos para fazê-la e por fim vantagens. Acompanhe!
O estado das APIs no mundo
As APIs estão se tornando os building blocks dos softwares modernos. Há um reconhecimento crescente das organizações em relação a isso. E os investimentos aumentam ano a ano.
O State of the API Report, do Postman, mostra que os desenvolvedores estão direcionando mais da metade de seus esforços para APIs que serão consumidas tanto por consumidores internos quanto externos. Ainda de acordo com a pesquisa, as empresas fazem deploy de APIs com a frequência média de uma a quatro vezes por semana.
Uma das razões é a migração para a cloud. Ela proporciona novos modos de integrar serviços a fim de atender usuários.
A importância a arquitetura baseada em API na migração para a cloud
Uma vez que estão migrando para a cloud, as organizações estão tendo novos desafios, entre os quais:
- Integrar aplicações SaaS com dados e aplicações on-premises;
- Migrar dados e aplicações on-premises para uma infraestrutura cloud;
- Conectar aplicações cloud nativas entre ambientes on-premise e cloud.
Da mesma maneira que o simples lift-and-shift pode gerar problemas, a reescrita das aplicações significa a perda do investimento posto no projeto original. Por fim, há a possibilidade de integração ponto a ponto, mas que não se sustenta com a escala.
A arquitetura baseada em APIs tem sido a solução para superar todos esses desafios. As APIs são desenvolvidas para buscar dados dos sistemas, colocá-los em processos ou entregar experiências.
A arquitetura baseada em APIs classifica o ambiente de dados da empresa em três camadas:
APIs de sistemas
É a camada base da arquitetura baseada em APIs, que dá acesso a fontes de dados de cores e sistemas legados.
APIs de processos
São APIs que refletem a estrutura dos processos da empresa, quebrando silos de dados por meio da transformação e orquestração de diferentes dados gerados pelas APIs de sistemas.
APIs de experiência
São APIs criadas a fim de melhorar a experiência do usuário. Desenhadas para assegurar que os dados são configurados de tal maneira que possam confortavelmente atender os requisitos e necessidades dos usuários.
Arquitetura baseada em API é para o seu negócio?
A arquitetura baseada em APIs funciona bem em projetos em que é possível prever o uso reuso de APIs. Se esse reuso é alto, o ROI do investimento é alto. Se o reuso é baixo, tempo e custos podem resultar em prejuízo. Boa parte das APIs precisa de fato ser reutilizada, do contrário você só terá trabalho para mantê-las.
Outra condição é o design de APIs. Na arquitetura baseada em API, a API é um produto. A usabilidade e o design de API é um fator crítico de sucesso para a maioria dos projetos de integração e deve ser feito antes de que qualquer linha de código seja escrita. Isso facilitará o consumo, já que APIs consistentes têm uma curva menor de aprendizado, logo menor tempo para integrar.
Interligado a isso, há o gerenciamento de APIs. A organização deve ser capaz de desenvolver e consolidar habilidades como testes, integração contínua, gestão de ciclo de vida, entre outras.
Para adotá-la, a organização precisa estar preparada para integrar de forma a reduzir a complexidade. O iPaaS poderá ajudar nisso.
Além disso, a organização deverá estar preparada para assegurar a segurança de APIs de acessos não autorizados, garantir que as aplicações que as consomem possam sempre encontrar o endpoint de API certo e ainda fazer o monitoramento em tempo de real das APIs.
Vantagens da arquitetura baseada em APIs
- Democratização do desenvolvimento: ao eliminar silos de dados e descentralizar seu acesso, desenvolvedores de várias times podem se servir e reter os dados de que precisam. Essa abordagem reduz o trabalho da TI e permite a criação de novas aplicações, com aumento da eficiência do desenvolvimento.
- Delivery ágil: com a arquitetura baseada em APIs o reuso de dos blocos, a partir de um centro em que se visualiza os vários componentes de seus sistemas e dados associados.
- Visibilidade: aumenta o controle do ambiente de desenvolvimento, o que facilita a manutenção.
- Flexibilidade: o sistema é desenhado para mudar, logo com o aumento do nível de granularidade a flexibilidade é muito maior.
Arquitetura baseada em APIs: em todo lugar
APIs já estão em todo lugar e a tendência é que continuem a estar. Com a contínua e maciça migração para a cloud, a arquitetura baseada em APIs ajudará a lidar com os desafios inerentes a essa mudança e, mais do que isso, a obter novas vantagens.
Você está nesse caminho?