API: por trás dessa pequena sigla tem mais do que um grande nome. Application programming interface (interface de programação de aplicativos) é um conceito que hoje é difícil de ser ignorado, até pelas áreas de negócio.
De acordo com o State of the API Report de 2023, do Postman, o Brasil é o terceiro país com o maior número de chamadas de APIs do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.
As APIs também estão sendo priorizadas desde o começo do processo de desenvolvimento, não apenas com o ciclo avançado. As empresas percebem que a postura composable traz mais produtividade, melhores software e integração mais rápida com parceiros.
Mas o que tem por trás – e por baixo dos panos – de uma API (interface de programação de aplicativos)?
Neste artigo, vamos explorar o conceito de API (interface de programação de aplicativos), seus tipos e seu funcionamento. Além disso, traremos pontos observar para escolher e os obstáculos a superar para facilitar seu uso.
O que é API (Interface de Programação de Aplicativos)
O Postman define API (interface de programação de aplicativos) como um conjunto de protocolos que permitem que diferentes componentes de software se comuniquem e transfiram dados entre si.
Elas podem ser privadas, públicas ou em parceria, permitindo desde que um SaaS rode online até que sistemas internos e externos se comuniquem.
Por meio desse recurso, portanto, os desenvolvedores criam pontes entre aplicações inicialmente separadas, aumentando a sua completude e poder de resolutividade, o que melhor atende as necessidades de negócio ou do usuário.
APIs são um recurso relativamente recente. Em sua versão moderna, surgiram no começo dos anos 2000, usadas no contexto de marketplaces por empresas como eBay e Amazon. Depois, em meados da mesma década, foram as empresas de social media que passaram a transacionar informações por meio delas. Nessa esteira, vieram a cloud APIs e as APIs para aplicações mobile.
Como as APIs funcionam?
Já sabemos o que uma API (interface de programação de aplicativos) faz: trocar informações entre aplicações, dispositivos e sistemas. Mas como ela faz isso?
A resposta simples é: por meio de um ciclo de requisição e resposta. Um sistema manda uma requisição para uma API, que busca os dados no sistema requisitado e o retorna para o sistema que o requeriu.
Vamos analisar cada ponto de maneira mais técnica:
- Origem: a chamada em si a uma servidor API, que pode ser ativada por vários gatilhos, desde um clique em um botão, um evento, um dado entrado ou uma programação.
- Requisição: um conjunto de informações que envolve o tipo de operação desejada (criar, atualizar, deletar, receber um dado), as instruções de como ela deve ser realizada, credenciais de autenticação, seu conteúdo e uma URL dedicada que proporciona o acesso ao recurso solicitado.
- Resposta: o envio do conteúdo solicitado, com o resultado dessa operação (sucesso ou não) e informações adicionais sobre a resposta.
Tipos de APIs
- REST: a mais popular das arquiteturas de web API, usando o método HTTP.
- Webhooks: uma espécie de gatilho de requisição baseada em um evento no sistema fonte dos dados.
- GraphQL: linguagem de requisição que permite a interação com um único endpoint.
- SOAP: arquitetura que usa XML como método para transferir dados.
- gRPC: arquitetura de chamadas em que o cliente trata o servidor API como um objeto local.
- WebSocket: para comunicação bidirecional entre sistemas.
- RPC – Remote Procedure Call: arquitetura para respostas do servidor após a conclusão de um procedimento no sistema cliente.
9 fatores a observar na API ao selecioná-la
- Performance: a API precisa ter um desempenho adequado em sua função de transacionar dados.
- Segurança: as APIs podem ser um elo frágil em sua cadeia de segurança. Analisar o uso de protocolos de segurança de acesso e a segurança do código vai ajudar a prevenir ataques.
- Escalabilidade: as APIs nasceram como uma forma de escalar aplicações, mas elas mesmas precisam suportar a escala de chamadas e respostas.
- Preço: as APIs estão sendo cada vez mais uma fonte de renda para as organizações. Analisar custos imediatos, mas também ao longo do tempo é necessário.
- Usabilidade: um API não deve ser difícil de ser integrada pelos usuários. A inteligibilidade dela facilita a integração. Busque APIs bem documentadas.
- Comunidade de desenvolvimento: contar com o apoio de outros usuários ajuda a resolver uma série de dificuldades no desenvolvimento de integrações a APIs.
- Mudanças e versões: APIs podem ser completamente reescritas, mas quando você usa uma versão anterior precisa garantir que terá suporte (se precisar disso). Verificar o funcionamento de migrações também pode ser importante.
- Reputação do fornecedor: a percepção de um provedor sempre soma pontos. Ter referências é um crivo de confiabilidade, ainda que não seja garantia de confiabilidade no futuro.
- Popularidade e adoção: esse pode não ser um critério tão relevante, se você tiver que se conectar a uma API muito específica e nichada, mas deve ser analisado para APIs mais comuns.
Benefícios das APIs
- Integração das aplicações internas
- Integração das aplicações externas
- Automatização de processos
- Aumento de funcionalidades nas aplicações internas
- Diminuição do tempo de desenvolvimento
- Redução dos custos de desenvolvimento
- Adição de funcionalidades aos produtos e serviços oferecidos aos clientes
- Redução de riscos de quedas de serviços.
5 obstáculos ao consumo de APIs
- Dificuldade de descobrir APIs: muitos desenvolvedores têm dificuldade de encontrar APIs disponíveis. A experiência do desenvolvedor na descoberta de APIs ainda é muito limitada a sites da empresa, a portais de desenvolvedores e ferramentas de busca.
- Falta de apoio ou alinhamento organizacional: a tomada de decisão por consumir uma API terceira, por exemplo, não é estritamente técnica. No nível de negócio, outros fatores entram em jogo, tornando o alinhamento e apoio dificultado.
- Falta de documentação: a baixa qualidade da documentação de uma API pode dificultar ou até impedir a ativação rápida. Veja nosso guia de documentação de APIs.
- Falta de tempo: a construção da integração com API ainda é um desafio comum para o consumo. Ter ferramentas de integração low-code, como um iPaaS, facilita tanto a experimentação quanto a construção rápida e segura de integrações.
- Falta de conhecimento: apesar do aumento do uso, a integração com APIs a capacitação de profissionais ainda está devendo.
Segurança de APIs
A segurança das APIs é uma preocupação que tem aumentado junto com o seu crescente uso. De acordo com a pesquisa da Postman, citada no começo deste artigo, 56% dos entrevistados afirmaram que incidentes acontecem menos de uma vez ao ano. Frequências maiores têm incidência bem menor. Isso indica que a segurança é de alto nível, mas ainda assim inspira cuidados.
Os principais riscos de segurança ligados a APIs são:
- Problemas na autenticação, autorização ou controle de acessos
- Vazamento ou exposição de dados
- Problemas ligados ao negócio
- Monitoramento e logs insuficientes
- Controle de acessos inadequado
- Ataque DoC
APIs: as organizações não têm como ignorá-las
Embora recentes, APIs não podem ser ignoradas, tanto nos setores de TI quanto nos de negócio.
Aqui você encontrou uma visão rápida de seu conceito, funcionamento, decisão pelo uso, benefícios que deve colher, obstáculos da adoção e segurança.
Para ir além, acesse nosso Guia rápido API: os conceitos que você precisa saber.